segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Taxistas intermunicipais reclamam de perda de clientes e de local de ponto

Júlio Basílio, taxista, trabalha com motorista há quase 30 anos e diz que nunca havia passado uma situação como essa – Foto Wilson Moreno
Clientes também reclamam das novas regras.O presidente do Sindicato dos Taxistas de Upanema, Canindé Silva, diz que os profissionais não estão podendo nem mesmo estacionar o carro no Centro porque correm risco de serem multados.
Os taxistas intermunicipais estão insatisfeitos com a estrutura dos locais dos pontos de embarque de passageiros para os quais foram transferidos. Os profissionais que ficaram no Parque Armando Buá (Feira do Bode), onde devem ficar os alternativos de Assú, Natal, Upanema, Areia Branca, entre outras cidades, reclamam da falta de espaço para todos os carros dentro do parque. Por causa disso, alguns estão ficando do lado de fora, ao lado da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), o caso dos de Assú e Upanema.
Os taxistas reclamam da falta de estrutura, do risco de assaltos e, principalmente, da falta de clientes. “O pessoal não está vindo mais porque tem que pagar três passagens. Esta semana um passageiro pagou R$ 25,00 de táxi da Rodoviária até o Posto do Entroncamento”, diz Nirton Damásio, taxista de Assu.
Os taxistas afirmam que por causa disso, os passageiros não estão querendo vir a Mossoró e estão dando preferência a outras cidades sempre que podem. “Aqui eles não tem liberdade de entrar e sair, se a gente chega para pegar uma encomenda chega a ‘polícia’ atrás”, diz Anderson de Assu.
A passageira Iraci Lopes, de Assu, sempre vem a Mossoró para fazer compras e ir a clínicas médicas. “Acho uma arbitrariedade com todos nós. Temos o direito de ir e vir. O comércio está sentindo, o Centro está parado. Venho porque é o jeito, é o canto mais próximo”, ressalta.
O vendedor de lanches e água, Óseias Silva de Freitas, conta que vendia no centro da cidade, mas devido ao pouco movimento, vai até os locais ondem ficam os taxistas. “Eu fazia R$ 250,00 por dia, estou fazendo R$ 150,00″, comenta.
Os taxistas de Upanema também estão insatisfeitos e contam que estão tendo muito prejuízo. Júlio Basílio diz que durante toda a semana, pegou o primeiro passageiro na quarta-feira, 26, já depois das 17h. Até a quinta-feira passada, 26, pela manhã este passageiro havia sido o primeiro e o último da semana. “Desde as sete horas que estou aqui, sou o primeiro da vez e até agora (10h30) não peguei nenhum passageiro”, reclamou.
Júlio trabalha desde 1986 como taxista e diz ainda que nunca passou por um momento tão difícil. “A crise está grande, por outro lado tem a dificuldade para o pessoal chegar até aqui, muitos vêm fiado, acho que não está rodando 10% do pessoal que rodava”, diz.
O taxista diz ainda que o local, para ele, é pior. Para não ficarem no sol, passageiros e taxistas à sombra das árvores, e ainda se queixam na quentura e poeira. “E a gente diz que é ao lado da Ufersa, porque se disser que é na Feira do Bode, o povo não quer vir por causa do fedor dos animais”, ressalta.
Para os taxistas de Upanema, o ideal seria que a Prefeitura os deixasse ficar próximo ao Arte da Terra. “Aqui nós vamos morrer de fome porque o povo não quer vir pra cá não”, comenta um dos motoristas.
O presidente do Sindicato dos Taxistas de Upanema, Canindé Silva, diz que os profissionais não estão podendo nem mesmo estacionar o carro no Centro porque correm risco de serem multados. “A nossa questão é deixar e não poder ir buscar e a fiscalização perseguindo a gente, não pode estacionar nem pra almoçar”, diz.
Fonte: Gazeta do Oeste

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